quarta-feira, 10 de março de 2010

E o Vencedor é...

Estava fazendo algumas reflexões sobre o Oscar 2010, quando por engano fechei o arquivo e perdi tudo que havia escrito. Mas como ainda está fresco em minha memória, vou tentar rascunhar minhas impressões sobre os prêmios.
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Inicialmente me perguntava o que de fato significava receber o mais prestigiado prêmio do cinema internacional? E, claro, me deparei com a discussão da mídia entre o duelo "Avatar versus Guerra ao Terror". Primeiro, que esta briga só existe nas discussões midiáticas. Até porque são duas coisas e produções distintas.
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Guerra ao Terror briga com o público e com a realidade do mundo para cobrir os custos de sua produção independente. E espera, com os prêmios conquistados, garantir um espaço aonde quer que seja. Não é de hoje, mas desde o surgimento da história do cinema, que as produções independentes sofrem nas bilheterias, mas surpreendem no resultado final. Que nos diga Woody Allen.
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Já Avatar, grande nome do cinema 2009/2010 independente de quantos prêmios tenha deixado de conquistar, não tem nenhuma grande ou inesquecível história. Mas sua bilheteria, e sua proposta cinematográfica em 3D fazem com que ele dispense qualquer comentário, seja positivo ou negativo. Creio que a experiência cinematografica sempre se renove de forma positiva, o que é natural que aconteça pós-Avatar, para a alegria dos cinéfilos em geral.
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Para mim, o grande merecido vendedor da noite foi Christoph Waltz, por sua atuação em Bastardos Inglórios. Este ator austríaco tem talento de sobra, enche a tela de qualidade em um cinema às vezes esquecido nos dia de hoje, o do talento de encantar a platéia sem recursos extras, senão com uma inquestionável e surpreendente atuação.
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Em relação ao filme do Tarantino, não vi nada demais. A proposta de se matar Hitler diferente do que aconteceu na história real é algo que não me convence de nada. Talento a parte do prestigiado diretor/roteirista, que pra mim fez dois dos maiores filmes dos anos 1990, trata-se somente de um filme. Cuja atuação de Waltz brilha mais do que o conjunto da obra, e isso é justo.
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Sobre Sandra Bullock, nem ela mesma imaginava ganhar um Oscar na vida dela. Mas o que muda isso, de fato, a não ser para ela? Só espero que a Meryl Streep continue trabalhando incessante, pois seus filmes são sempre uma diversão mais do que agradável, e suas interpretações me satisfazem o suficiente para o que eu espero de um personagem.
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Por outro lado, Up é desenho de primeira qualidade, diversão familiar garantida. Ainda que os concorrentes fossem produções convincentes, agradáveis e de boa qualidade, mas todos num nível mediano. Dos que estão na lista que concorreram com UP, gostei também de Coraline.
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Jeff Bridges, por sua vasta lista de filmes, e de suas performances sempre satisfatórias, ficará bem com um Oscar em seu currículo. E quanto aos demais prêmios, creio que tenham sido justos, dentre os concorrentes que haviam, porém, não vejo nada de espetacular ou inovatório em todas as produções que disputaram alguma estatueta.
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O que vejo hoje, neste início de século XXI, são produções muito bem acabadas, com fotografia impecável e uma excelente exploração dos recursos tecnológicos existentes. Acho que o nível das produções como um todo, nos dias de hoje, são fantásticas, com altíssimo padrão de qualidade. E sim, me inspiram a ir ao cinema, e me convencem de voltar novamente.
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Porém, quando olhamos pra história do cinema, nem tão distante assim, nos deparamos com disputas dignas da grandiosidade do cinema. Como o Oscar de Melhor Ator de 1992, em que Anthony Hopkins, Robert De Niro, Warren Beatty, Nick Nolte e Robin Williams disputavam o prêmio.
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Ou ainda em 1995, quando Forrest Gump e Pulp Fiction disputavam o melhor filme, e ainda se contava com outros grandes lançamentos de qualidade mediana, disputando diversas categorias, como Tiros na Broadway, Um Sonho de Liberdade, A Fraternidade é Vermelha, O Rei Leão, O Maskára, Antes da Chuva, Quatro Casamentos e um Funeral, O Indomável, Quiz Show, Tom e Viv, entre outros.
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Comparados ao início das grandes produções cinematográficas dos anos 1930 e 1940, eram produções revestidas de talento, com uma tecnologia razoavelmente disponível, mas que surtia menos efeito no resultado final. Mas, como o objetivo aqui não é comparação de melhores, apenas sigo minha reflexão pensando que com todo esse aparato tecnológico disponível, vejo o Oscar 2010 como um dos mais fracos em questão de qualidade dos últimos anos, juntamente com o do ano passado, quando o somente razoável "Quem quer ser um Milionário" fez a farra.
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Porém, minha observação se restringe apenas aos concorrentes do Oscar, pois quanto a produções, há uma lista de lançamentos divertidos e interessantes passando no cinema e disponível em DVD. A começar por Alice, de Tim Burton, e Homem de Ferro 2. Se a companhia for boa, e a pipoca estiver quente, ainda acho que o cinema é uma diversão mais do que garantida.

Um comentário:

  1. Muito boa suas reflexões sobre a Festa do Oscar, mas acho que o Oscar serve mais para fazer marketing dos filmes, do começo ao final da festa os comentários são sobre as roupas e penteados dos artistas de Hollywood. No dia seguinte a preocupação é estar na lista dos piores e dos melhores visuais.

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