domingo, 28 de março de 2010

Segunda Etapa de Fórmula 1


Hoje tivemos a segunda etapa do circuito de fórmula 1, em Melborune, na Austrália. Uma corrida disputada, com algumas surpresas, positivas eu diria. A começar pelo Jeson Button, que terminou em primeiro colocado, apesar de em determinado momento da prova ter andado em último lugar. Sua Mclaren tem evoluído, e ele agora ocupa o terceiro lugar na classificação geral.
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Na segunda colocação, Kubica deu as caras; para que não se esqueçam dele. Levou uma Renault que não anda no mesmo nível das ferraris, mclarens, mercedes e red bulls, mas que andou o suficiente para se manter bem colocado ao longo da prova, com méritos próprios, diga-se.
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Em terceiro, Felipe Massa com sua Ferrari e com os pneus desgastados deram para o gasto. Ele fez uma excelente largada, saindo de quinto e indo para segundo. Mas hoje a Ferrari mostrou suas limitações, e ele não conseguiu sustentar a posição ao longo da corrida. Foi superado por vários pilotos, e conseguiu o pódio por uma conseqüência de vários fatores, mais externos do que por próprio mérito.
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Atrás de Massa veio Alonso. Ao longo da corrida, o espanhol me pareceu camarada demais do piloto brasileiro, dando trégua praticamente por toda corrida, sem ameaçá-lo. Talvez por ainda ser início de temporada, não quis criar atrito com o brasileiro, uma vez que o quarto lugar ainda o manteria em primeiro, na classificação geral.
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Por outro lado, o fato de se arriscar não correndo tantos riscos, pode fazê-lo ir "mordendo" pontos importantes ao longo da competição. O espanhol bem sabe que um campeonato não se faz somente realizando ultrapassagens mirabolantes, tampouco ser o destaque e vencedor de uma única corrida. Sabe que o caminho para ser campeão é mais longo, mais linear, sem erros e exageros ao longo das provas, que no fim das contas, vai vencer aquele com maior regularidade e que tiver maior número de pontos quando o show terminar.
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Mas, pra mim, Alonso fez a melhor defesa da corrida, ao, quase no final da prova e sendo perseguido perigosamente por Hamilton, retardar a freada de uma curva, e fazer com que o inglês rodasse e perdesse a oportunidade de ultrapassá-lo. Hamilton vinha com seu carro mais veloz, mas a experiência e habilidade do espanhol sobressaíram ao final.
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Com o incidente, Hamilton ainda se enroscou com Mark Webber, que o acompanhava de perto, e prejudicou a posição de ambos. Melhor para Nico Rosberg, da Mercedes, que ficou com o quinto lugar, seguido de Hamilton, e Liuzzi. No mais, pouca coisa interessante. Barrichello conseguiu um oitavo lugar, Webber ainda conseguiu o nono, e Schumacher um discreto décimo lugar, e foi só. Os demais só complementaram o grid.
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Mas, ao olharmos a classificação geral dos construtores, vemos a Ferrari já abrindo 70 pontos, seguida pela Mclaren, que tem 54, e a Mercedes com 29.
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Contudo, o grande desastre nesse início de temporada está para Sebastian Vettel, que fez as duas poles positions com sua Red Bull, tem andado sempre a frente, mais rápido que os demais, mas possui um carro pouco confiável para o desenrolar das corridas, e até agora não conseguiu mostrar muita coisa. Na verdade, o jovem piloto alemão, apesar de ser uma grande promessa para o futuro, ainda não decolou. No fim das contas, apesar de um pensamento precoce, ainda acho que o espanhol Alonso, por enquanto, é o grande favorito ao título, mas, de qualquer jeito, muita água ainda vai rolar.

domingo, 14 de março de 2010

Temporada 2010 de Fórmula 1

Hoje começou a temporada 2010 de Fórmula 1, no moderno circuito de Bahrein, em pleno deserto de Sakhir. Contando com algumas novidades, como a alteração na pontuação, dando ao vendedor 25 pontos, ante 10 pontos das temporadas anteriores, além de permitir um maior número de participantes de pontuarem em uma prova, agora são dez - ano passado apenas os oito melhores pontuavam, provavelmente teremos uma competição com maior número de pilotos disputando as primeiras colocações.
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Ao mesmo tempo, algumas novas equipes, o que aumentou o número de competidores, 24 no grid de largada. Brasileiros são 4, Felipe Massa, o veterano Rubens Barrichello, Lucas Di Grassi, e o estreante Bruno Senna, sobrinho do tricampeão brasileiro.
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Creio que, independente do que aconteça, as quatro melhores equipes classificados hoje são as franco atiradoras ao título, Ferrari, Mclaren, Mercedes e Red Bull, e as que disputarão, corrida a corrida, as melhores posições.
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Mas acredito que a dobradinha da Ferrari hoje, com Alonso e Massa, talvez nos dê um panorama do que será esta temporada. Nos acostumamos a ver sempre a Ferrari disputando o título até a última prova nos últimos tempos, e não creio que este ano seja diferente. Tanto que, só na primeira década deste século, foram 6 títulos. Este ano vou um pouco além, creio que o campeonato de 2010 já tenha dono, antes de começar a pegar fogo: Fernando Alonso.
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Creio que Alonso não tenha se tranferido para a Ferrari à toa. Um dos melhores e mais experiente piloto em relação aos colegas, sempre imaginou que se tivesse um melhor carro, teria tudo pra fazer parte do seleto grupo de tricampeões mundiais. Já a Ferrari, ainda que tenha em Massa um piloto competitivo, queria alguém que realmente fizesse a diferença, como fora Schumacher. Ambos os pilotos, quando contratados pela equipe italiana, eram bi-campeões mundiais.
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Com todo respeito a Massa, a quem considero um piloto com grande talento, acho o espanhol mais preparado, e mais experiente, ainda que particularmente não simpatize muito com ele. Mas na disputa entre os dois atuais pilotos da Ferrari, o espanhol é quem não precisa provar nada, pois já conquistou duas temporadas pela Renault, enquanto Massa ainda busca seu lugar ao sol, na terra dos campeões mundiais. Talvez isso possa fazer diferença, no sentido positivo, para o brasileiro, ao longo do ano.
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Quanto ao Vettel, trata-se de um bom e rápido piloto, mas sua equipe, a Red Bull, que também é bem rápida e competitiva, às vezes fica a desejar. O atual campeão, Jeson Button, não creio que fará muita coisa este início de ano, pois seu carro ainda me parece limitado. Mas é claro que, ao longo das provas, muita coisa pode acontecer, e as equipes sempre tendem a evoluir.
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Já Hamilton, está sempre por ali, sempre beliscando um pódio, sempre entre os primeiros. Alguns podem alegar sorte, mas não creio que a sorte bata tantas vezes à mesma porta, acho que ele tem talento mesmo. Se sua equipe evoluir, creio que estará disputando o primeiro lugar em todas as corridas.
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Quanto ao Schumacher, parece que se cansou da aposentadoria, desistiu de ficar em casa, ou mesmo com o monótono cargo de consultor da Ferrari, e partiu para as pistas novamente. Não tem nada pra provar a ninguém, seus sete títulos e seus recordes não precisam de explicação, justificativa, e não creio que carecem de descofianças. Mas, como os demais, depende da evolução do seu carro, além de sua própria evolução, uma vez que estava parado. Porém, de uma coisa todos sabem: se sua equipe se equiparar ao nível da Ferrari, ele terá vaga garantida no pódio.
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Quanto a prova de hoje, além da beleza do circuito do Bahrein, talvez tenhamos visto um resumo prévio do que será 2010: dobradinha da Ferrari, com Hamilton sempre por ali, querendo seu espaço na fotografia e no pódio. Espero estar enganado, mas não acredito muito nisso não.

quarta-feira, 10 de março de 2010

E o Vencedor é...

Estava fazendo algumas reflexões sobre o Oscar 2010, quando por engano fechei o arquivo e perdi tudo que havia escrito. Mas como ainda está fresco em minha memória, vou tentar rascunhar minhas impressões sobre os prêmios.
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Inicialmente me perguntava o que de fato significava receber o mais prestigiado prêmio do cinema internacional? E, claro, me deparei com a discussão da mídia entre o duelo "Avatar versus Guerra ao Terror". Primeiro, que esta briga só existe nas discussões midiáticas. Até porque são duas coisas e produções distintas.
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Guerra ao Terror briga com o público e com a realidade do mundo para cobrir os custos de sua produção independente. E espera, com os prêmios conquistados, garantir um espaço aonde quer que seja. Não é de hoje, mas desde o surgimento da história do cinema, que as produções independentes sofrem nas bilheterias, mas surpreendem no resultado final. Que nos diga Woody Allen.
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Já Avatar, grande nome do cinema 2009/2010 independente de quantos prêmios tenha deixado de conquistar, não tem nenhuma grande ou inesquecível história. Mas sua bilheteria, e sua proposta cinematográfica em 3D fazem com que ele dispense qualquer comentário, seja positivo ou negativo. Creio que a experiência cinematografica sempre se renove de forma positiva, o que é natural que aconteça pós-Avatar, para a alegria dos cinéfilos em geral.
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Para mim, o grande merecido vendedor da noite foi Christoph Waltz, por sua atuação em Bastardos Inglórios. Este ator austríaco tem talento de sobra, enche a tela de qualidade em um cinema às vezes esquecido nos dia de hoje, o do talento de encantar a platéia sem recursos extras, senão com uma inquestionável e surpreendente atuação.
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Em relação ao filme do Tarantino, não vi nada demais. A proposta de se matar Hitler diferente do que aconteceu na história real é algo que não me convence de nada. Talento a parte do prestigiado diretor/roteirista, que pra mim fez dois dos maiores filmes dos anos 1990, trata-se somente de um filme. Cuja atuação de Waltz brilha mais do que o conjunto da obra, e isso é justo.
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Sobre Sandra Bullock, nem ela mesma imaginava ganhar um Oscar na vida dela. Mas o que muda isso, de fato, a não ser para ela? Só espero que a Meryl Streep continue trabalhando incessante, pois seus filmes são sempre uma diversão mais do que agradável, e suas interpretações me satisfazem o suficiente para o que eu espero de um personagem.
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Por outro lado, Up é desenho de primeira qualidade, diversão familiar garantida. Ainda que os concorrentes fossem produções convincentes, agradáveis e de boa qualidade, mas todos num nível mediano. Dos que estão na lista que concorreram com UP, gostei também de Coraline.
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Jeff Bridges, por sua vasta lista de filmes, e de suas performances sempre satisfatórias, ficará bem com um Oscar em seu currículo. E quanto aos demais prêmios, creio que tenham sido justos, dentre os concorrentes que haviam, porém, não vejo nada de espetacular ou inovatório em todas as produções que disputaram alguma estatueta.
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O que vejo hoje, neste início de século XXI, são produções muito bem acabadas, com fotografia impecável e uma excelente exploração dos recursos tecnológicos existentes. Acho que o nível das produções como um todo, nos dias de hoje, são fantásticas, com altíssimo padrão de qualidade. E sim, me inspiram a ir ao cinema, e me convencem de voltar novamente.
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Porém, quando olhamos pra história do cinema, nem tão distante assim, nos deparamos com disputas dignas da grandiosidade do cinema. Como o Oscar de Melhor Ator de 1992, em que Anthony Hopkins, Robert De Niro, Warren Beatty, Nick Nolte e Robin Williams disputavam o prêmio.
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Ou ainda em 1995, quando Forrest Gump e Pulp Fiction disputavam o melhor filme, e ainda se contava com outros grandes lançamentos de qualidade mediana, disputando diversas categorias, como Tiros na Broadway, Um Sonho de Liberdade, A Fraternidade é Vermelha, O Rei Leão, O Maskára, Antes da Chuva, Quatro Casamentos e um Funeral, O Indomável, Quiz Show, Tom e Viv, entre outros.
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Comparados ao início das grandes produções cinematográficas dos anos 1930 e 1940, eram produções revestidas de talento, com uma tecnologia razoavelmente disponível, mas que surtia menos efeito no resultado final. Mas, como o objetivo aqui não é comparação de melhores, apenas sigo minha reflexão pensando que com todo esse aparato tecnológico disponível, vejo o Oscar 2010 como um dos mais fracos em questão de qualidade dos últimos anos, juntamente com o do ano passado, quando o somente razoável "Quem quer ser um Milionário" fez a farra.
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Porém, minha observação se restringe apenas aos concorrentes do Oscar, pois quanto a produções, há uma lista de lançamentos divertidos e interessantes passando no cinema e disponível em DVD. A começar por Alice, de Tim Burton, e Homem de Ferro 2. Se a companhia for boa, e a pipoca estiver quente, ainda acho que o cinema é uma diversão mais do que garantida.