domingo, 25 de outubro de 2009

Era Uma Vez no Oeste - O Filme


Uma das Cenas Iniciais, quando o Harmônica chega a Estação de Trem e é Surpreendido por três "anfitriões"

Era Uma vez no Oeste, filme de gênero faroeste, dirigido pelo mestre italiano Sérgio Leone, foi lançado no ano de 1968, período político conturbado no mundo, de contestações e questionamentos, em vários sentidos.

No Brasil, o Ato Instituional número 5 calava imprensa, opinião pública e até mesmo políticos, que forçados ou por conta própria se exilavam fora do país em busca de novos rumos para a democracia. Ao redor do mundo, a Guerra Fria travada entre capitalismo e socialismo tinha em seus pontos máximos os Estados Unidos e a União Soviética. O engraçado é que naquela época, a atriz Cláudia Cardinale, estrela do filme, era trecho de música até de Caetano Veloso. Tudo se interligava, a água escorria para o mesmo lado.

Apesar de a história do filme se passar bem antes, politicamente o conteúdo do filme, assim como a década de 1960, são retratos que se complementam. Inicialmente, no filme, com a disputa de um espaço de terra que viria a ser, em breve, uma estação de trem, trazendo a modernidade e a prosperidade ao oeste norte-americano.

Cláudia Cardinale interpreta Jill.

Por outro, a violência sem limites, os fins justificando os meios, e a força do dinheiro passando por cima de tudo que se sobrepõe a ela. Em dado momento no filme, o personagem de Gabriele Ferzetti, proprietário de companhia de trens, diz claramente: “Só há uma coisa mais poderosa que a arma...o dinheiro”. Esta talvez seja a síntese do filme, e sua ligação histórica com o momento em que o filme de fato fora lançado.

Contudo, observações políticas e econômicas à parte, trata-se de uma obra prima do cinema, sem dúvida. A música como coadjuvante de cada cena, os diálogos breves, as cenas lentas e desgastantes.


Alinhar ao centro
Famosa e inesquecível cena entre Henry Fonda e Charles Bronson.

É interessante ver a construção arcaica da estação ferroviária, a imperfeição da madeira tanto nas paredes, quanto nos móveis. Um contraste estético com o interior do luxuoso trem, na cena entre Gabriele Ferzetti e Henry Fonda.

Aliás, a cena em que Cheyenne, personagem de Jason Robards entra no trem e liberta o “Harmônica” (Charles Bronson), com ataques inusitados, é de certa forma humorada, diferente das mortes impactantes e sórdidas, no caso da família de Brent McBain.


Jason Robards é Cheyenne.

Num primeiro instante, quando a personagem Jill, interpretada por Claudia Cardinale, percorre a cidade em uma carroça, indo em direção à propriedade do futuro marido, tendo ao fundo a música tema composta por Ennio Morricone, temos a simbiose perfeita entre o rosto da atriz e a perfeição musical, numa das cenas mais belas do filme.

Em outra situação, a música se funde com o olhar dos personagens, atuando na composição de cada cena, no complemento de cada fala, na explicação suave de cada silêncio. E por falar em música, foram compostos quatro temas musicais, um para cada personagem principal. Eles pré-anunciam a aparição de cada ator.

A caracterização dos personagens é outro ponto fundamental. Cada elemento que entra na história não tem sua identificação imediata, nada do que vemos é exatamente o que é. Só com o tempo vamos conhecendo cada um, entendendo suas razões, nos envolvendo com o enredo.

E por falar no enredo, a trama vai se desenrolando aos poucos, sem pressa. As agonias dos personagens são transmitidas para os telespectadores, que muitas vezes ficam aguardando o desfecho da situação, sem aceitar bem o que acontece, ou mesmo não entendendo as razões de cada um ali em cena.



O Diretor do filme, Sérgio Leone.

Contudo, trata-se de um filme atemporal, marcante, que encerra o auge de um gênero cinematográfico sob a perspectiva costumaz. Uniu dois tempos em razões e contra-razões que bem merecem páginas de discussão. Mas aqui, destaco apenas, em poucas palavras, o óbvio e já bem sabido. A importância do filme, a grandiosidade da obra.

Na época, o filme não foi um sucesso de bilheteria, tampouco faturou algum Oscar. Contudo, anos mais tarde, atingiu o status de obra prima, sendo admirado, contemplado, copiado, influenciado. Fez o papel das grandes produções, não no sentido financeiro, mas em sua extensão e plenitude.

Pra quem ainda não viu, independente de ser fã do gênero, encontrará neste filme ao assisti-lo um pouco da história do cinema, da história dos Estados Unidos, um pouco da época de hoje e da Globalização. Daí ser uma obra atemporal. Amantes do cinema, ou não, trata-se de uma obra imperdível.


Material de Divulgação do Filme, relançado em DVD duplo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Swat - O Filme

Foto do filme Swat

Trata-se de uma superprodução, recheada de efeitos. Lançado em 2003, não se trata de um lançamento, mas é um filme de ação de primeira linha. Contando com um elenco muito bem escalado, tem em Samuel L Jackson e Collin Farrell, seus grandes astros. O filme ainda tem a participação de Michelle Rodrigues, famosa pela seqüência dos filmes Velozes e Furiosos, Olivier Martinez, LL Cool J, e grande elenco.
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É engraçado ver como esses filmes norte-americanos de ação policial são próximos do que conhecemos por aqui. Policial honesto, policial corrupto, disputa de poder, alguém passando a perna em alguém. São conceitos e valores universais, por isso essas superproduções fazem tanto sucesso; além é claro de criarem um roteiro de ação sem perder o fôlego.
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O que vale, no fim das contas, é a diversão. E aqui neste filme ela está garantida. Desde o treinamento dos policiais, para ingressarem no esquadrão de elite, algo que vimos posteriormente no brasileiro Tropa de Elite, até as perseguições e explosões.

Com o argumento partindo do princípio que um bandido capturado oferece U$ 100 milhões de dólares para quem o libertar da cadeia, inicia-se uma jornada em que inúmeros grupos de bandidos e policiais fazem de tudo para libertar o famigerado e colocar as mãos na recompensa milionária; e, claro, cabe ao grupo da Swat escoltá-lo e mantê-lo preso.
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Contudo, tem uma cena que me chamou a atenção, revendo-o novamente hoje. A cena em que os bandidos usam rifles de alto alcance para derrubar um helicóptero da polícia, fazendo-o explodir ao cair no meio de uma avenida. Muito parecido com o que aconteceu no Rio de Janeiro ontem. E as semelhanças são tantas, que tanto na vida real quanto no filme, aparecem os chefes de polícia explicando que os bandidos têm armamento de alto alcance, para esclarecer como as aeronaves foram atingidas.
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Outra semelhança que vejo, aí estou falando somente no campo da ficção, é deste filme com o longa nacional Tropa de Elite. Claro que reservadas as diferenças tanto de realidade social de cada ambiente, quanto de narrativa cinematográfica, ambos os filmes falam de esquadrões de elite da polícia que passam por questionamentos públicos, revelam a facilidade em se corromper a instituição policial, e os treinamentos intensivos para entrar na equipe.
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Coloquei algumas fotos, todas retiradas do próprio site do filme, pois estão bem convidativas. Swat foi um seriado de grande sucesso nos anos 1970, tinha uma música bem legal, que, acredito, seja conhecida pela maioria das pessoas, e tocava todas as vezes em que a equipe entrava em ação. No longa-metragem a música é mais discreta. Aliás, a trilha sonora não me chamou tanto a atenção. Poderia ter sido melhor explorada. Mas tudo bem, como eu disse, no fim das contas você se diverte, e pra um filme de ação, cumpre muito bem seu papel.
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É interessante como tem sido comum os estúdios hollywoodianos lançarem filmes baseados em seriados de sucesso, independente do gênero. Na maioria das vezes eles têm acertado. E os efeitos especiais, assim como o som, categorias à parte, tem tido participações de grande destaque, dando mais emoção às produções. Desde que o filme tenha efeitos e conteúdo, acho ótimo, vale a pena ver.